Sobre este espaço

Este é um espaço destinado à reflexões acerca da memória, do tempo e de histórias.. Histórias de vida, histórias inventadas, histórias... Um espaço onde a imaginação possa fluir, viajar. Um espaço também para escrever sobre minhas reflexões referentes aos meus estudos sobre arqueologia e antropologia... Antes de mais nada, uma espécie de Diário daquilo que me impulsiona, um lugar para organizar (ou tentar) meus pensamentos.. antes que eles voem por aí.

Boa exploração!

Roberta Cadaval

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Sítio Talismã

Aqui o ar é diferente. Parece que o cheiro das cores acaricia os pulmões que pedem para que seu espaço seja preenchido por este diferente-zen. Paisagens, conversas, cores, frutas, texturas. Pausa. Pausa para admirar o transcendente. Pausa para fazer balanços. Pausa para plantar uma árvore. Pausa para sentir o que é sentir. Pausa. Pausa que se faz movimento interior. Pausa que não é inerte na sua essência. Como o movimento da cobrinha verde que, ao percorrer seu caminho, me faz parar para admirar seu ritmo. Como as gotículas que repousam sobre a folha e que escorrem quando a borboleta sobrevôa sua superfície. Como a abelha, que recolhe o pólen da flor amarela. Ou ainda, como as joaninhas que passeiam por entre as folhas de um seco girassol. No ritmo da natureza meu sentir segue o fluxo dos movimentos cíclicos, das pausas que me acordam os sentidos, movimentos e reflexões. Imaginação que se faz real. Tudo isso porque aqui, o ar é mesmo diferente e se consegue ouvir os sons dos mais variados movimentos dessa natureza tão colorida. Aquele rastejar, o sobrevôo da borboleta ou até mesmo a gotícula caindo... Tudo é som, tudo é cor, tudo se faz apreciação, poesia-canção!

sábado, 12 de maio de 2012

Hoje é dia de Pa(z)i!

12 de maio de 2012. Se meu pai estivesse aqui, hoje, estaria 'desfazendo' 75 anos. Passei o dia pensando que este é o segundo ano que comemoro a sua existência sem a sua presença. No ano passado, lembro que fui até a casa em que moramos por muitos anos, a casa em que ele ainda morava quando partiu. Naquele dia, encontrei escritos seus, momentos e lembranças invadiram meu corpo minha mente. E a saudade fez meu coração bater mais forte. Hoje passei o dia pensando... gostaria de fazer alguma homenagem a este grande homem, que me inspirou tanto e que continua a me inspirar. O dia passou, fiz inúmeras atividades cotidianas e ao fim do dia assisti ao filme "Vegana" (do Instituto Nina Rosa). E pensei, "As atitudes da personagem princípal me faziam pensar tanto nele... Tá aí a homenagem!" O filme me despertou mais e mais lembranças boas do meu pai. E por essas lembranças gostaria de agradecê-lo por suas atitudes.


Meu pai não me dizia o certo e o errado ou o bom e o mal. Meu pai agia e suas atitudes me inquietavam e me faziam pensar. Como não se espantar diante de alguém que cultiva uma amizade com aranhas ou lagartixas? Como não se espantar diante de alguém que se emociona pela impossibilidade de salvar a vida de uma abelha? Como não se espantar diante de alguém que conversa com violetas? Como não se espantar com alguém que recebe um animal desnutrido de braços abertos e ainda dorme abraçado com ele? Eu só poderia me encantar e me orgulhar de ter um pai que me ensinou, através do exemplo, o respeito pela vida. Alguém que me mostrou o caminho para a paz, através do amor. Meu coração bate cada vez mais forte quando penso na falta que ele faz, não apenas para mim, mas para todos esses seres que ele tanto amou e respeitou. 

Dizem que, quando as pessoas partem, tendemos a idolatrá-las, ocultando seus defeitos e exaltando suas qualidades. Não serei hipócrita e não ocultarei o fato de que este mesmo ser de quem tanto me orgulho, já prendeu pássaros para ouvir o seu canto. Assim como um dia, também já se alimentou de animais. Sim, ele fez isso. Mas quando parou para pensar no significado e nas implicações disso, mudou suas atitudes, abrindo a porta da gaiola para que o pássaro pudesse exercitar suas asas e explorar o mundo e não contribuindo mais para o sofrimento dos bois, dos porcos, das vacas e dos peixes. Acho que todo ser humano é cheio de incoerências e isso é normal. E o que acho bonito é aquela pessoa que faz a autocrítica e busca a transformação - por um mundo e por um ser melhor.  

Queria parabenizar o meu pai por ter sido, para mim, um exemplo de como me relacionar com o mundo. Acho que esse é o maior legado que alguém pode deixar: marcas e motivações em busca de paz em outros seres humanos. Se luto por um ideal (utópico, para muitos) é porque aprendi, com ele, o principal mantra do universo: o amor. Para mim, esta é a palavrinha mágica para a tão sonhada felicidade!


Obrigada Pai! 
Que onde estiveres recebas todo o meu amor em canção de luz e paz!

O quê estes filmes têm em comum?

O quê estes filmes têm em comum?
"Le fabuleux destin d'Amélie Poulain", "Uma vida iluminada" e "Coisas insignificantes".