Sobre este espaço

Este é um espaço destinado à reflexões acerca da memória, do tempo e de histórias.. Histórias de vida, histórias inventadas, histórias... Um espaço onde a imaginação possa fluir, viajar. Um espaço também para escrever sobre minhas reflexões referentes aos meus estudos sobre arqueologia e antropologia... Antes de mais nada, uma espécie de Diário daquilo que me impulsiona, um lugar para organizar (ou tentar) meus pensamentos.. antes que eles voem por aí.

Boa exploração!

Roberta Cadaval

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Notas matemáticas

Desde pequena sempre tive o hábito de escrever diários, registrar e organizar meus pensamentos. Aprendi com a minha mãe a sempre datá-los, para que mais tarde eu pudesse lê-los entendendo o seu contexto. Conforme eu crescia tinha, por vezes, certa curiosidade de relembrar o que eu havia feito "naquele mesmo dia" em anos anteriores. Tempo, espaço... sempre tentando entender o que é que nos separa de nós mesmos. Medos, mudanças, transformações. O ciclo do calendário Gregoriano repete-se a cada ano, mas os dias nunca são os mesmos. Já me dizia a Jéssica, olhando as fotos do nosso passeio ao Jardim Botânico, eu nunca mais vou viver esse dia feliz. Sábia menina de apenas 5 anos... já consegue entender o que (se) passa. 

Hoje, dia 28 de julho de 2011. Um dia de chuva aparentemente comum, sem nenhum acontecimento extraordinário. 28 de julho de 1987? Eu estava dentro da barriga da minha mãe, faltando menos de um mês para conhecer o mundo. 28 de julho de 1988? Faltava pouco para completar um ano.. E assim, posso tentar recapitular as 24 vezes em que o dia 28 de julho passou na minha vida. Vou lembrar? Certamente não, a não ser que recorra aos meus diários e as minhas anotações. 

28 de julho de 2010: Neste ano esta data não necessita de auxílio para ser lembrada. Hoje, 28 de julho de 2011, completa-se um ano da partida de meu pai para um plano de luz. Fim do ciclo material. Esta data realmente não precisa de ajuda para não ser esquecida. Mas afinal, é só uma data do calendário Gregoriano. Um calendário, uma estrutura simbólica construída por homens. Mas faço parte deste sistema, nasci aprendendo tal estrutura e a partir dela construo os meus próprios significados. 28 de julho de 2010... para alguns esta foi a data em que morreu Eroci. Para mim não. Esta foi a data em que meu pai renasceu. E por isso, gostaria de deixar aqui uma pequena homenagem a este ser tão grandioso para mim.. que continua me ensinando além da vida terrena e estará para sempre vivo dentro de mim. Há duas semanas atrás aproximadamente encontrei-me com ele em um sonho. Sei que nosso encontro aconteceu. E a partir deste encontro saíram os versos vinculados abaixo...


Notas Matemáticas

Esta noite sonhei com meu pai
Ele me falava de combinações, preocupações
Soluções em notas matemáticas
Números, letras, sistemas.
Me abraçou
E me alertou para prestar atenção
Depois partiu, assim como chegou
Deixando meu coração
Transbordando de alegria
Agora me resta desvelar estes sistemas
Transformá-los em acordes
Musicá-los, poetizá-los,decifrá-los
O que dizem por trás dessas notas matemáticas? 


 Aqui jaz um espírito de amor.

Pai, onde quer que estejas, que sintas o calor do meu abraço e a chama do meu amor transbordando em paz a tua alma.

Rastros

Na vida deixamos rastros. Indícios, pegadas.
Tomamos decisões o tempo todo e cada escolha determina nossas marcas e impressões no (e do!) mundo.
Encontros e desencontros. Caminhos e (des)caminhos. Opções, sensações.
Onde e em quê nos encontramos fixados?
Onde e em quê encontram-se nossos rastros?
Memórias. Virtualidades. Conexões.
No tempo ou no espaço?
Ontem ou hoje?
No amanhã.

Rastros denunciam nossas escolhas.
Escolhas traduzem o que somos.
Somos feitos de pó e luz, energia vital.
Memórias e impressões.
Entre encontros e desencontros, saudades.
Entre as aporias do efêmero que fica.

Onde e em quê nos encontramos fixados?
Onde e em quê encontram-se nossos rastros?

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Resposta à 'Inconclusão' de Aline.

Hoje lia os devaneios poéticos de minha amiga, Aline. 
Dentre eles, encontrei Inconcluída, o qual ela fala sobre uma tal incompletude em relação à vida. A própria vida. Às vezes, acho que ela é um personagem. Um personagem que desenha a própria vida em meio a tantas inconclusões. No momento inconcluso em que se encontrava, Aline nos dizia..  

Em resposta, eu lhe diria: é bom sim estar "inconcluída". Pensemos no que esta palavra nos sugere. O contrário de conclusão. Não ter chegado ao fim. Processo de transformação. Experimentalismo. Aprendizado. Estar inconcluída.. Acho que estar inconcluída não é de todo ruim. Estar inconcluída, para mim,é estar em constante processo de transformação.. é viver, é experimentar. Estar 'concluída' é que é ruim! Conclusão é encerramento, fim. É estar fechado. E como é bom experimentar a vida, os processos.. a vida.. as dores.. os amores.  

Aline e eu em um dia inconcluso! (A Thamara está implícita!)

Quero estar eternamente inconcluída!
Acho que assim a vida tem mais sabor! ;)

O quê estes filmes têm em comum?

O quê estes filmes têm em comum?
"Le fabuleux destin d'Amélie Poulain", "Uma vida iluminada" e "Coisas insignificantes".