Sobre este espaço

Este é um espaço destinado à reflexões acerca da memória, do tempo e de histórias.. Histórias de vida, histórias inventadas, histórias... Um espaço onde a imaginação possa fluir, viajar. Um espaço também para escrever sobre minhas reflexões referentes aos meus estudos sobre arqueologia e antropologia... Antes de mais nada, uma espécie de Diário daquilo que me impulsiona, um lugar para organizar (ou tentar) meus pensamentos.. antes que eles voem por aí.

Boa exploração!

Roberta Cadaval

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Lembranças de velhos*



Quando assisti esse vídeo pela primeira vez, lembrei-me diretamente de um livro que gosto muito, "Memória e Sociedade: Lembranças de velhos", da *Ecléa Bosi. Recordei um trecho em particular e o qual gostaria de compartilhar...

'A criança recebe do passado não só os dados da história escrita; mergulha suas raízes na história vivida, ou melhor, sobrevivida, das pessoas de idade que tomaram parte na sua socialização. Sem estas haveria apenas uma competência abstrata par lifar com os dados do passado, mas não a memória.
'

Quem, na sua infância, nunca passou horas sentado ao lado do avô ou da avó ouvindo longas histórias... histórias da infância deles, dos tempos de mocidade, e muitas coisas mais? E como sabiam contar histórias... sabiam de todas as coisas! E quando falavam coisas que não entendíamos.. não é que eles estavam certos??
É incrível a quantidade de informações que podemos extrair a partir do relato de "um velho". E ao mesmo tempo, como é maluco pensar que o tempo em que eles viveram seja tão diferente do nosso.. os hábitos, os costumes.. mesmo que seja o mesmo lugar.
Eu tive a oportunidade de conhecer apenas uma avó (a avó materna) e infelizmente ela partiu quando eu tinha 5 anos de idade. Depois, restaram as lembranças, as fotografias e a saudade. Sei que 5 anos é um tempo muito curto, mas o suficiente para deixar grandes marcas dentro de mim. Talvez seja por ela que, hoje, eu tenha tanto interesse em entender a época e o lugar em que ela vivia..

Bom, fico por aqui deixando mais um trechinho do livro da Ecléa, e com ele, um convite à reflexão...

'O narrador é um mestre do ofício que conhece seu mister: ele tem o dom do conselho. A ele foi dado abranger uma vida inteira. Seu talento de narrar lhe vem da experiência; sua lição, ele extraiu da própria dor; sua dignidade é a de contá-la até o fim, sem medo.
Uma atmosfera sagrada circunda o narrador.'

Bibliografia:
BOSI, Ecléa. Memória e Sociedade: Lembranças de velhos. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.

1 comentários:

Cibele Borges disse...

Assim que li este texto, também me veio a memória as lembranças da minha avó. Lembrei-me que foi com ela que aprendi a gostar de chocolate, que foi ela quem me ensinou a contar, apesar de saber escrever somente o seu nome, ninguém passava a perna nela quanto ao troco. Me perguntava como isso poderia acontecer e naquela época eu não entendia muito bem, mas hoje eu sinto um pouco como isso acontecia. Vamos guardando em nossa memória tudo áquilo que achamos que é importante e essas informações ficam guardadas em um compartimento valioso. Vai ver que a minha vó Sofia, achava importante lídar com o dinheiro. Isso da saudade, saudade da minha infância =)

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O quê estes filmes têm em comum?

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"Le fabuleux destin d'Amélie Poulain", "Uma vida iluminada" e "Coisas insignificantes".