Sobre este espaço

Este é um espaço destinado à reflexões acerca da memória, do tempo e de histórias.. Histórias de vida, histórias inventadas, histórias... Um espaço onde a imaginação possa fluir, viajar. Um espaço também para escrever sobre minhas reflexões referentes aos meus estudos sobre arqueologia e antropologia... Antes de mais nada, uma espécie de Diário daquilo que me impulsiona, um lugar para organizar (ou tentar) meus pensamentos.. antes que eles voem por aí.

Boa exploração!

Roberta Cadaval

terça-feira, 6 de julho de 2010

I Fórum Internacional da Temática Indígena


Fazia tempo que não vinha postar no blog.. andava em fim de semestre, estudando bastante m função dos prazos de provas e trabalhos para entregar. Ufa, no fim deu tudo certo e cá estou eu! 
Nos dias 27 à 30 de junho estive em Porto Alegre com as minhas colegas e companheiras de estudo, Aline e Thamara. Fomos participar do I Fórum Internacional da Temática Indígena. Foi muito bom.
Dentre todos os acontecimentos, gostaria de destacar a presença da Profª Drª Márcia Bezerra, do Coral Mbyá-Guarani da Aldeia do Cantagalo e as falas dos índios Bruno Ferreira, Zaqueu Key Claudino e Vherá Poty.
No dia em que os índios aqui citados falaram, fiz uma postagem no outro blog (Colcha de retalhos).. Quem quiser conferir é só clicar aqui: Sobre as coisas simples de que falo
Claro que, dentre todas as coisas maravilhosas que disseram, destaquei o que é relacionado aos 'velhos' e os modos de vida distintos de ambas as culturas (indígenas e não-indígenas)..
Compartilho com vocês, algumas das frases que mais mexeram comigo..

"Os nossos velhos são os detentores da nossa tradição. Eles são a nossa biblioteca." 
(Zaqueu Key Claudino)

"Os nossos velhos são os verdadeiros sábios da nossa vida. Através deles que a gente não se perde nessa dificuldade que a vida é."

"A mesa não fala. A mesa te tranca. Mas as pessoas não. As pessoas não te fazem apenas ver, mas viver."
(Vherá Poty)

O Bruno participou ativamente de todas as palestras, manifestou todas as suas dúvidas, inquietações e reflexões. De forma brilhante ele relatou um pouco da sua experiência na cidade.. e dentre essas histórias, destaco uma para compartilhar aqui...
"Eu estava com meu amigo e achamos algumas moças bonitas.. fomos falar com elas e elas nos perguntaram 'O que vocês são?' ... Então meu amigo lhes respondeu: 'Somos gente!"

Sem palavras... claro que são gente.. como nós!
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Essa experiencia me cutucou a pensar em algumas coisas... como questões que referem-se à história oficial da América e a forma como é ensinada nas escolas (como se refere aos índios). A todos aqueles que tem ou tiveram como objetivo interferir nos modos de vida dos índios...

Porquê tentar interferir na vida deles ao invés de fazermos um processo inverso?

Quanto aos velhos, por exemplo.. a aceleração e ansiedade, características no estilo de vida em que vivemos, reflete na vida dos velhos de forma tão negativa. Causam infelicidade, frustração os transformando em 'coisas' obsoletas. 
E ainda achamos que podemos ou devemos transformar ou julgar o modo de vida dos indígenas?
Sim, são culturas diferentes, portanto não devemos comparar... mas é inevitável a comparação.
Fico admirada em observar a forma como eles, os índios, tratam seus velhos. 
E perplexa por perceber, através da forma como os indígenas se relacionam com isso, como nós "coisificamos" os nossos velhos... gente como a gente - àqueles a quem deveríamos ter muito respeito.

Deixo aqui apenas um desabafo e mais uma vez um convite a reflexão...
Vamos repensar as formas como nos relacionamos com o mundo a nossa volta.. e fazer pequeno para transformar essa realidade... quem sabe então, aprender com os índios?!

 Apresentação do Coral Mbyá-Guarani da Aldeia do Cantagalo.

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O quê estes filmes têm em comum?

O quê estes filmes têm em comum?
"Le fabuleux destin d'Amélie Poulain", "Uma vida iluminada" e "Coisas insignificantes".