Um dos processos mais importantes para o pesquisador, ao realizar uma pesquisa, ao meu ver, é a produção de Diários. No diário de pesquisa anotamos tudo aquilo que consideramos relevante, mesmo que não utilizemos essas informações posteriormente. Porém, esse processo faz parte de uma construção essencial para o crescimento e amadurecimento do pesquisador, além de auxiliar na retomada de questões e no foco da questão...
Eu produzo diários desde sempre. Diários que, podemos dizer.. quase que filosóficos, sobre minhas inquietações constantes e efêmeras. Durante o período em que fiz minha graduação em Artes, utilizei diários de pesquisa, diários de bordo.
Papéis e mais papéis, porém papéis que falam muito de mim e daquilo que acredito.
Me recordo de escutar inúmeras vezes a Teresa (minha professora, orientadora e hoje grande amiga) dizendo "Me desfaço de roupas e objetos, mas de meus papéis, cadernos, agendas, diários e qualquer tipo de anotações, jamais!"
Nos papéis estão guardados tudo aquilo que o pensamento e a memória já não comportam mais...
Fragmentos...
- Fotografia do meu atual diário de pesquisa -
Aproveito para deixar uma reflexão do Rubem Alves (para variar.. hehe) sobre essa questão...
Boa viagem!
_______________________________________________________________________________________________Boa viagem!
"Os livros que mais me falam são os diários. Diários são registros de experiências comuns acontecidas na simplicidade do cotidiano, experiências que provavelmente nunca se transformariam em livros. Não foram registradas para serem dadas ao público. Quem as registrou, as registrou para si mesmo - como se desejasse capturar um momento efêmero que, se não fosse registrado, se perderia em meio à avalanche de banalidades que nos enrola e nos leva de roldão. Esse é o caso do Cadernos da Juventude, de Camus, um dos livros que mais amo, e que leio e releio sem nunca me cansar. Um “diário” é uma tentativa de preservar para a eternidade o que não passou de um momento. Álbuns de retratos da intimidade. Pois eu fiz um “Diário”: pensamentos breves que pensei ao correr da vida e dos quais não me esqueci. Pensamentos são como pássaros que vêm quando querem e pousam em nosso ombro. Não, eles não vêm quando os chamamos. Ele vêm quando desejam vir. E se não os registramos eles voam, para nunca mais. Isso acontece com todo mundo. Só que as pessoas, achando que a literatura se faz com pássaros grandes e extraordinários, tucanos e pavões, não ligam para as curruiras e tico-ticos... Mas é precisamente com curruiras e tico-ticos que a vida é feita. Assim, em cada página há também um espaço em branco para que o leitor registre também os seus seus tico-ticos e curruiras... Pensando num título escolhi O Poema nosso de cada dia..., em contraponto ao “pão nosso de cada dia” da oração de Jesus. Porque não vivemos só de pão; vivemos também de poemas. Quem se alimenta só de pão engorda e fica pesado. Quem se alimenta de poemas fica leve e ganha asas... O pré-lançamento do meu “Diário” vai ser parte da celebração dos 20 anos de existência do Estúdio Paulo Branco. Tinha de ser... Pois foi o Paulo Branco, artista maravilhoso, que colocou desenhos em cada página do “Diário”. Assim, eu com a palavra, o Paulo Branco com os desenhos, e a Papirus com a realização editorial, estamos todos juntos. Pré-lançamento hoje, dia 08 de dezembro, domingo, às 16 horas, rua Orlando Carpino, 149, Castelo, fone 3241.3823. Lançamento amanhã, às 19 horas, na FNAC, shopping center D. Pedro." (Rubem Alves)
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Reflexão sobre diários feita pela Lidi em seu blog: Desenhar é preciso: Produção de diários e sketchbooks
Reflexão sobre diários (neste caso, sobre os diários da Susan Sontag!) feita pela Sheila em seu blog: Antes que eu me esqueça: Diários
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Reflexão sobre diários feita pela Lidi em seu blog: Desenhar é preciso: Produção de diários e sketchbooks
Reflexão sobre diários (neste caso, sobre os diários da Susan Sontag!) feita pela Sheila em seu blog: Antes que eu me esqueça: Diários
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