Sobre este espaço
Este é um espaço destinado à reflexões acerca da memória, do tempo e de histórias.. Histórias de vida, histórias inventadas, histórias... Um espaço onde a imaginação possa fluir, viajar. Um espaço também para escrever sobre minhas reflexões referentes aos meus estudos sobre arqueologia e antropologia... Antes de mais nada, uma espécie de Diário daquilo que me impulsiona, um lugar para organizar (ou tentar) meus pensamentos.. antes que eles voem por aí.
Boa exploração!
Roberta Cadaval
Em um emaranhado de conexões estabeleço processos, me desenvolvo em meio a muitos retrocessos. Representações, mentalizações, percepções. Na teia de significações onde me encontro, me vejo do lado de fora, invisível, atribuindo novos significados aos elementos conectores dessa teia. Revelo, desvelo. Me desmantelo. Prolixa, como uma de minhas características. Escrevo, transponho. Não em tábula rasa, mas em um processo que visa o desenvolvimento das percepções e apreensões. Captando mundos. Retratando fatos. Conexões entre artefatos.
*escritos em uma aula sobre a interpretação das culturas - geertz.
Para Camila Born
Há dois anos atrás, neste data, tivemos de despedir-nos. Uma despedida forçada, sem tempo para abraços e afagos. Ficou o amor e a alegria de tudo que vivi ao teu lado. Ficou a referência e a força da sabedoria. Ficou o conselho não dito, ficou tudo o que foi e será sentido. Ficou impresso na alma. Virou tatuagem na pele. Ficou a luz e o canto gravado. Ficou na memória. Impresso no coração. Ficou toda a admiração. Ficaram as confidências e o conforto. Ficou o vazio sem a tua presença. Ficou a dor que virou saudade...
Mila, onde quer que estejas, obrigada por significar tanto para mim e por ter feito parte da minha vida, de um jeito muito especial! Te amo e te levarei sempre comigo, por onde quer que eu ande... Um abraço e um afago carinhoso na tua alma e no teu coração!!
O que a gente faz quando sente vontade de escrever em lugares inadequados? Escreve? Escreve para que as palavras não voem e se espalhem por aí. Percepções. Captar o mundo através de todos os sentidos. Agora ouço, vejo, sinto e falo através das palavras. Expresso o meu perceber, apreendo o meu entorno o transpondo no papel. Papel em nota de banco, tão útil a suportar meus pensamentos, longo devaneio em curto trajeto. Quase chego a meu destino e cá estou, observando um mundo através de molduras e um vidro que me separa. Aqui, onde me encontro agora, há um outro mundo, diferente daquele lá fora. O tempo é outro, as crianças riem, brincam e sorriem para mim. Lá fora vejo a miséria na diversidade, inferência a múltiplos mundos. O real intransponível. Logo, eis que surge a árvore do pessegueiro, indicando que esse é o caminho. Avisa que há permissão para a utopia, uma utopia que pode ser concretizada. A árvore do pessegueiro é a cor que vibra em meio a desesperança, por entre sujos tons de gri(to)s. Aí eu acredito. E escrevo porque vejo que vale a pena voltar nossos olhos com nova atenção para o que vemos. Escrevo para tentar transcrever o mundo que vejo. Um mundo que, dentro de mim, refelete cores, amores... puro encanto e poesia - questão de significado.
*devaneios que invadiram meus pensamentos em um trajeto de ônibus - Cassino/Centro, via Cidade Nova.
Para Lê Andrade e Cibele Borges.
De imagens e sons
Cantos e encantos
São feitos os encontros
É arte que flui
Flutua e encontra
Encantos vibrantes
Em sons dissonantes
Vozes, cores
Magia entre acordes
Imagens pulsantes
Pedindo recortes
É o encontro
Do canto
Poeta dançante
Que no ato
Congela
Eternizando o instante
O grande encontro
[en]cantares